Athena Psicologia

O que lhe vem à cabeça quando escuta a palavra erro? Diz sobre uma falha? Algo que não deu certo? Jean Piaget, um importante psicólogo e educador do séc. XX trouxe “a importância do erro” para o processo educacional, várias releituras de sua obra dissertam a respeito do papel do erro na educação e a importância de um educador que possibilite o erro ao aluno, do contrário estaria a capacidade criativa do sujeito suprimida. Gerando então uma impossibilidade de resolver problemas, falando em ‘problemas’…podemos pensar inclusive no conceito de AVALIAÇÃO, APROVAÇÃO E REPROVAÇÃO em contexto educacional (e não só) mais adiante. A partir da visão de Piaget, podemos enxergar o erro por um novo prisma, enquanto uma POSSIBILIDADE! podemos então extrair diversas discussões, se o erro participa do processo de aprendizado qual é o motivo da busca incessante pelo ACERTO? E mais! Por qual motivo o erro é facilmente confundido com algo que deve ser negado e evitado? Estaria aí uma ilusão de um saber já atingido? Se não posso errar prediz que sei o certo, se sei o “certo”, logo não preciso aprender. (?) será!???  Falei que retomaria com o assunto avaliação, então, já que estamos fazendo paralelo com ambiente escolar é fácil lembrar das críticas que atravessam o modelo educacional e o modelo de avaliações. O que se avalia em um teste? A capacidade memorativa do sujeito, a repetição ou absorção? Tudo isso ou nada disso? Enfim… Quando é que se percebe que aprendeu de fato? Arriscaria responder que se aprende quando se é capaz de aplicar sentido no conteúdo e ainda de usar o conhecimento para construir algo novo, que une ao conteúdo já internalizado.  Acontece que no percurso (escolar, universitário e da vida em geral) nos damos conta que tal como havia várias maneiras de resolver uma fórmula, existem várias maneiras de lidar com um conflito e que não há gabarito ou fórmula correta. Todavia somos atravessados por uma cultura que parece já ter a fórmula para lidar com cada caso. Duvida?


Perceba, por exemplo, como uma gestante recebe conselhos com frequência, e curiosamente os pitacos divergem. Ué! mas alguém deve estar certo ou errado, não é possível! O desconhecido é tão nebuloso que as prenúncias dão sinais e no fim das contas quem recebeu tais conselhos se sentirá errante até que encontre uma maneira de lidar com a situação que FUNCIONE.

Fato é que só se considera errante quando o resultado é contrário ao que se espera, em que ideias e ideais se apoia o sujeito que só planejou um resultado para cada ocasião?  Tá começando a clarear? O mal estar em errar pode dizer então sobre uma fantasia de acerto e crenças limitantes para o sujeito, que muitas vezes produz e o mantém em sofrimento. 
O primeiro erro a ser acolhido, talvez o mais difícil, seja o PRÓPRIO. 

E você o que pensa sobre o erro? Já errou? Em que caminhos o erro te levou? 

Hannah Ferreira 
Psicóloga Clínica
CRP: 01/20382
Cel.: 61 985581608